quarta-feira, 9 de março de 2011

"Missa do Galo" no Constantino Nery

Durante uma hora e meia, sete actores, com António Durães dando voz ao "galo", movimentam-se numa gaiola em madeira montada em palco, acompanhados de uma banda de cinco músicos dirigidos pelo teclista Manuel Paulo. 

"A Missa do Galo segue livremente a estrutura dramática e litúrgica duma missa católica romana e inspira-se nas velhas missas do galo transmontanas, com desgarradas assentes em motes do Evangelho", explicam os responsáveis. 

Os autores garantem que "o galo desta missa é o Homem que ascendeu ao poleiro da ciência e da tecnologia e que, perante o espelho da sua admirável prosperidade, tem um assomo de melancolia ao perceber que, apesar de ter tudo, continua a padecer da inveja, mesquinhez e ganância". 

A directora artística do Constantino Nery e encenadora de Missa do Galo, Luísa Pinto, explica que o espectáculo "é uma missa sobre a humanidade e a sociedade de consumo". 

Carlos Tê socorreu-se de algumas personagens bíblicas, como Lázaro e Job, para melhor passar a mensagem desta missa, em que se procura mostrar como o Homem parece não aprender com as lições do passado, pois, como nota um personagem, "a história repete os ciclos de iniquidade". 

Há referências ao Vietname, Gaza, Balcãs e Ruanda. 

Carlos Tê concorda que Missa do Galo tem uma componente"pessimista" sobre o homem, a sociedade e os seus erros, mas também sublinha que há nela uma "nota redentora", muito embora não saiba "qual delas prevalece sobre a outra". 

Com Missa do Galo, o letrista e poeta Carlos Tê "sobe" ao Constantino Nery um ano depois de ali ter sido exibida a comédia musical Amor Solúvel, de sua autoria. 

As 18 canções de Missa do Galo poderão transformar-se num trabalho discográfico, adianta Manuel Paulo, sublinhando ser essa a sua "vontade". 
Missa do Galo poderá ser vista de quarta a sábado, às 21:30, e ao domingo, às 16h00, até dia 27. 


segunda-feira, 7 de março de 2011

Câmara de Matosinhos aprova fim da linha ZA da STCP

A Câmara de Matosinhos concorda com o fim da linha ZA (Lavra-Freixieiro), da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), a partir do próximo dia 13. "A STCP manteve a linha durante quatro anos para tentar fidelizar clientes, mas ela não tem sustentabilidade. São só 50 pessoas que a utilizam e não faz sentido mantê-la", afirmou ontem ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto. "A linha não tem sustentabilidade, não só economicamente, mas também do ponto de vista do serviço público", reforçou o autarca. 

Questionado sobre quais as alternativas de que dispõem os actuais utentes, Guilherme Pinto respondeu que estes terão de recorrer "a transportadoras privadas". O presidente da câmara destacou ainda o "comportamento inatacável" da STCP no processo que determinou o fim da linha ZA. "Fizemos uma reunião conjunta entre câmara, STCP e Junta de Freguesia de Lavra e estivemos todos de acordo", garantiu.

Opinião diferente tem o presidente da concelhia do PSD de Matosinhos, Pedro da Vinha Costa. "Compreendemos que, sendo uma linha deficitária, é necessário resolver o problema", começa por reconhecer. No entanto, salienta: "O problema não pode ser resolvido deixando sem serviço os cidadãos que a ele recorriam. E estamos contra o corte nas situações em que não são criadas alternativas." Para Vinha Costa, estes matosinhenses merecem "ser tratados como os demais" e, conforme destaca, a ZA "não é a única linha deficitária".

Em declarações recentes à Lusa, Jorge Costa, do Sindicato Nacional dos Motoristas, afirmou que o fim da linha ZA se relaciona com as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, que levam a STCP a realizar cortes para reduzir custos. Jorge Costa lembrou que, desde Janeiro, foram já "afectados cerca de 50 serviços na rede devido a adaptações feitas pela STCP". A empresa, disse, mudou ho- rários e efectuou cortes que afectam os clientes, que têm "redução de oferta", sustentou, adiantando que, ainda este mês, "estão previstos mais cortes e a reestruturação das linhas em horário nocturno e madrugada". Também o Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto denunciou a "diminuição de oferta de transportes públicos".

sexta-feira, 4 de março de 2011

STCP põe fim à linha ZA entre Lavra e Freixieiro a partir do dia 13

O Sindicato Nacional dos Motoristas confirmou, quinta-feira, que a STCP vai suprimir a linha ZA (Lavra-Freixieiro), que serve Matosinhos, a partir do dia 13.


Em declarações à Lusa, Jorge Costa afirmou que o fim desta linha terá a ver com as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, tendo a empresa que realizar cortes para reduzir custos.
A Lusa contactou a STCP para confirmar a supressão da linha ZA, mas até ao momento ainda não obteve qualquer esclarecimento.

O sindicalista referiu que a "empresa não justificou", contudo, esta decisão, mas que "como está a fazer várias supressões de serviços na rede por esse motivo, este fim do ZA terá a ver com isso".
Jorge Costa lembrou que, desde Janeiro, foram já "afectados cerca de 50 serviços na rede devido a adaptações feitas pela STCP".

A empresa, disse Jorge Costa, mudou horários e efectuou cortes que afectam os clientes, que têm agora "redução de oferta", sustentou, adiantando que ainda este mês "estão previstos mais cortes e a reestruturação das linhas em horário nocturno e madrugada".

Casa de Chá e Piscina das Marés de Siza Vieira classificadas como monumentos nacionais

A Casa de Chá da Boa Nova e as Piscinas das Marés, ambas em Leça da Palmeira, Matosinhos, e projectadas por Álvaro Siza Vieira, são dois dos oito novos monumentos ontem classificados como nacionais pelo Conselho de Ministros.


Álvaro Siza mostrou-se ontem "muito satisfeito" com a notícia da classificação daqueles que são os seus primeiros projectos a entrar na lista do património nacional, ambos concretizados na sua cidade natal nos anos 1950-60. "Não se trata tanto de satisfação por razões pessoais, mas pela própria arquitectura", disse Siza ao PÚBLICO. E salientou a importância que a classificação de obras de arquitectura moderna tem não só para a sua divulgação e valorização, mas também para a sua salvaguarda. "Normalmente prestamos mais atenção à arquitectura clássica, palácios, monumentos e igrejas, e desprezamos a do nosso tempo. Esquecemo-nos que a arquitectura é um continuum", notou Siza, realçando ainda o facto de ambas as obras se situarem em Matosinhos, uma terra que "valoriza a arquitectura do nosso tempo".

"O valor científico, patrimonial e cultural de cada um dos bens, aliado aos critérios de autenticidade, originalidade, raridade, singularidade e exemplaridade revelados pelo modo como foram apropriados pelos cidadãos", justificam as classificações agora realizadas, explica o decreto do Conselho de Ministros.