Caro Leixão, aqui vai a MINHA OPINIÃO sobre o assunto.
A criação das SCUTS, com o modelo de financiamento que tem associado, foi um erro cujas consequências são hoje visíveis para as finanças públicas, e serão dramáticas num futuro próximo.
As SCUTS que deveriam ser vistas como uma forma de discriminação positiva, transformaram-se num elefante branco a pagar em vários anos.
Os previstos benefícios que vinham trazer às economias locais e regionais a meu ver não se concretizaram. Porquê? porque à boa maneira portuguesa, a diminuição dos custos dos transportes, nomeadamente poupanças nos tempos de deslocação e nos combustíveis, foram absorvidos pelos agentes económicos e não reflectiram no preço dos produtos no consumidor, os ganhos realizados..
Não é admissível que aqueles que não têm carro, ou sequer um Km de auto-estrada, estejam a pagar as SCUT. Sou, portanto, a favor das portagens em (quase) TODAS.
Assim, se fosse eu a decidir, e ainda bem que não,face às expectativas criadas nos concelhos por onde as SCUT's passam, acho que deveriam ser implementadas as seguintes medidas:
1º - Portajar já e imediatamente todas as SCUT's, aos Sábados, Domingos e Feriados.
2º - Quando, finalmente, decidirem pela cobrança de portagens, deverá haver um período de carência, para os residentes nos 137 concelhos servidos pelas 7 SCUT's, até 2011, através de uma discriminação positiva, que nessa data deveria ser reavaliada. Essa descriminação deve traduzir-se em créditos de Kms, a utilizar diariamente pelos condutores residentes nos Concelhos atravessados pelas SCUT's. Penso que um crédito de 40Kms dia, a utilizar para a ida e volta, serão suficientes.
3º - Investimento na requalificação e melhoramento das N13, N109, N125, etc.
4º - Que uma percentagem dos valores pagos nessas portagens sejam entregues às Juntas de Freguesia dos Concelhos por onde essas vias passam, para investimento em projectos sociais e de luta contra a pobreza.
Qual a razão pela qual a A7 e A11, perpendiculares à A28 são portajadas, e a A41 não.? Será que os índices de desenvolvimento dos concelhos atravessados pela A7 de Vila do Conde até Vila Pouca de Aguiar, são dos maiores do País? E os concelhos de Esposende até Braga, atravessados pela A11? O que os diferencia dos concelhos atravessados pela A41?
Colocação das portagens:
A28 - do Mindelo até Viana do Castelo.
A29 - de Espinho até Estarreja.
A44 - gratuito em todo o trajecto.
A41 - A partir de Ermesinde.
Agora você não paga portagem pela utilização dessas vias. Mas indirectamente já as paga através do OE e da dívida pública.No modelo Scut, é o dinheiro dos contribuintes, através dos impostos, que suporta o custo de construção, manutenção, exploração e financiamento.
Entre 2008 e 2023, o valor médio dos encargos anuais deverá atingir os 700 milhões de euros, ou seja caro amigo, não houvesse este custo no OE e seria possível, por exemplo ter hoje o IVA a 18,5%.
Não se tratando de um bem como a saúde ou a educação não aceito que os que não utilizem essas SCUT's estejam a financiá-las na sua totalidade.
Dei-lhe caro amigo, a minha honesta opinião sobre o assunto SCUT's.
Como vê, pelos tempos que correm não é muito politicamente correcta. Mas a minha maneira de estar na vida sempre foi essa. Pensar pela cabeça e mandar ás malvas o politicamente correcto.
Aceite o meu concelho e leia este estudo realizado em 23.12.2004 - AQUI
5 comentários:
Venho-lhe pois agradecer
os votos de melhoras deixados
tenho a certeza que vou vencer
e desfazer o tumor aos bocados
Um abraço do Raul
A concessão da SCUT da A28 começa no nó de Sendim, onde também se inicia a concessão da A41. A portagem começará aqui ou, quando muito, em Leça da Palmeira.
Chalandra,
A concessão da A4, inicia-se na Avª da República em Matosinhos e tem a sua primeira portagem em Ermesinde. A A1 deixou de ter portagens nos Carvalhos e adiantou-a para Picotos (Espinho).
Estarei sempre disponível para ajudar a aumentar os seus conhecimentos.
Vamos esperar pelas negociações, vamos discutir seriamente o assunto.
Um abraço ao Raúl, e coragem amigo.
Caro Carlos Alberto:
(mais vale tarde do que nunca, e nem sempre é possível andarmos por aqui a comentar)
Não defendo as SCUTS e também não entendo que, salvo excepções muito bem fundamentadas possam ser opção válida.
Deixe-me, em aparte, dizer que também não engulo o «estudo» que cita, e que apesar e ter algumas virtualidades é, a meu ver, uma mera peça de propaganda do último governo do PSD.
Concordo genericamente com a sua ideia de limitar a inclusão de portagens a certos troços das actuais SCUTS. Poderei divergir pontualmente num ou noutro pormenor, sem significado para a questão.
Importante é que o projecto que está em cima da mesa concretiza um relevante, injusto e injustificado prejuízo para Matosinhos, ao incluir portagens dentro do concelho, e em estradas para as quais não há alternativa razoável.
Penso que o PS concelhio - e distrital - não podem deixar de tomar posição, manifestá-la publicamente e, em minha opinião, decidir combater a sua concretização.
Este projecto tem, mais, uma outra perversidade que é a de introduzir um novo factor de desiquilibrio nacional em desfavor da região Norte. O que não se justifica e é profundamente injusto.
O que nos vai levar a uma outra discussão que temos de começar: a regionalização.
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