quarta-feira, 25 de março de 2009

As vestais que acham que a opção Ota foi substituída por Alcochete por razões meramente logísticas, podem limpar as mãos à parede

ELEMENTAR


À medida que as audições parlamentares ao caso BPN se sucedem, vai-se conhecendo melhor a extensão dos “interesses”. Ontem, por exemplo, ficou a saber-se que entre Agosto e Dezembro de 2007 decorreram as negociações que levaram à compra de quatro mil hectares da herdade de Rio Frio, junto ao Campo de Tiro de Alcochete. Quem emprestou os 87 milhões de euros necessários ao negócio foi o Millennium BCP, mas o BPN emprestou mais 180 milhões a um dos co-proprietários dos terrenos. A transacção efectuou-se dias antes do anúncio oficial da localização do novo aeroporto de Lisboa. Sobre quem passou a informação de que seria ali, exactamente ali, que seria construído o novo aeroporto, ainda não há certezas, mas o círculo está identificado. As vestais que acham que a opção Ota foi substituída por Alcochete por razões meramente logísticas, podem limpar as mãos à parede. (Lembram-se do famoso estudo de viabilização, feito em tempo recorde e pago por gente que não quis ser identificada?) Isso já era óbvio no calor das discussões, quando, como num passe de mágica, metade do país virou expert em construção de aeroportos. Mas agora sabemos quem lucra com o negócio. Aos poucos, a narrativa do BPN vai explicando o estado a que isto chegou.
Eduardo Pitta

1 comentário:

Anonymous disse...

Eu, se fosse Governo, sabedor disto que agora nos diz, logo mandaria suspender tudo.
Estes oportunistas merecem que o Governo (e o PS) se demarque deste tipo de jogadas fraudulentas.

Eu continuo a achar que o aeroporto de Lisboa chega. Lowcosts? Mandava-as ali para o aeroporto entre lisboa e Vila franca.Seriam dois para gerir, mais caro? Duvido, e já não acredito nos estudos que para aí falam. Londres tem vários e não me parece que os ingleses não saibam fazer contas.
Obrigado e para béns pela sua coragem.
Abílio Antas