domingo, 9 de setembro de 2012
Resposta ao Pedro.
Não sei se leram o que o Pedro ( sim, esse mesmo, o que (des)governa Portugal )colocou no seu perfil. Se não leram, aconselho que leiam em https://www.facebook.com/pedropassoscoelho e permitam-me que lhe responda :
Amigo ( adorei a forma cínica como começaste o teu acto de contrição),
Fizeste um dos discursos mais ignóbeis que um Primeiro-Ministro alguma vez fez: informar os Portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que a crise passará a ser paga apenas pelos fracos, pois és da mesma quadrilha dos fortes em quem nunca tocarás.
Não era o que gostaria de ter ouvido, mas estou certo que não terias tido tomates para fazer melhor. ( suponho que nem sequer tenhas tomates)
O nosso país é hoje um exemplo de determinação e força, e esse … é o resultado directo de toda a merda que tens feito. Porém, para muitos Portugueses, em particular os mais jovens, conseguiste exactamente o que sempre quiseste, mas sobre o que sempre mentiste: o desemprego generalizado, a mendicidade. Quem está nessa situação sabe bem que este é mais do que um problema financeiro - é um drama pessoal e familiar, e as medidas que anunciaste ontem representam um passo necessário e incontornável no agravamento da situação e um beneficio real e duradouro para o capital e o mundo financeiro, culpado da actual situação, de quem tens medo e ao qual és subserviente, e ao qual temes impor qualquer tipo de sacrifício, sob pena de te expulsarem do local onde te colocaram.
Vejo todos os dias o quanto estás a trabalhar ( e como trabalhas bem) para agravar os erros do passado, e insistindo em penalizar os fracos, beneficiares os fortes que temes, e a frustração que sinto pela miséria em que lanças o país por muitas e muitas décadas, é apenas suplantada pelo orgulho que sinto em ver, uma vez mais, do que são feitos os Portugueses.
Queria escrever-te hoje, não como cidadão insultado na sua dignidade e inteligência e, portanto, completamente revoltado pela imbecilidade das medidas que anuncias, mas como cidadão disposto a sacrifícios, desde que justos e justamente distribuídos por todos, para te dizer apenas isto: esta história não acaba assim. Não baixaremos os braços até se fazer justiça, e nunca esqueceremos que os nossos filhos nos estão a ver, e que é por eles e para eles que continuaremos, hoje, amanhã e enquanto for necessário, a sacrificar tanto para recuperar um Portugal onde eles não precisarão de o fazer, e de se livrar de ignóbeis políticos como tu, que nunca trabalhaste ( a não ser em locais que os teus patronos te patrocinaram).
Obrigado a Todos,
Orlando.
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