domingo, 27 de junho de 2010

Carlos:

Permite-me que não te deixe só neste teu precioso texto.

Na verdade, sendo o Norte e em particular o distrito do Porto o mais atingido com a questão das SCUT, e tendo tanto tempo para preparar uma argumentação sólida, verdade é que os Orgãos Federativos apenas fizeram eco de posições, que hoje se demonstra, só vieram fragilizar o PS a Norte. A falta de uma liderança Federativa forte, que positive o PS Nacional, ajudando-o a encontrar as melhores soluções para as populações na região e não para as populações em Lisboa, fez com que hoje andemos perdidos no PS Porto e a reboque de todo o mais estrambólico conceito que possa surgir.

E isto configura com outras incapacidades de afirmação de propostas activas de mudança, como a regionalização, a reconfiguração do sistema eleitoral e uma estratégia coerente para a área metropolitana e o Porto interior.
Por estas razões apoiarei José Luís Carneiro.

Joaquim Paulo

3 comentários:

templario disse...

Sobre a regionalização.
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A lógica dos teóricos da regionalização é esta:

Os países europeus estão regionalizados

Portugal é um país europeu

Falta regionalizar Portugal

É esta a dialética da treta dos regionalistas, lógica generalista, sobre coisas gerais sem atender à natureza íntima das coisas, à essência da coisa - às realidades concretas de cada país,

Suiça, Bélgica, Espanha, etc. estão regionalizados, como afirmam algumas catedrais do saber em filosofia política, e como Portugal o não está, somos a vergonha da Europa, por isso o mais rasca da Europa, etc..

É através dete método da treta, ambíguo, que os regionalistas advogam esta mentira em detrimento da nossa verdade objetiva (histórica, cultural, linguística, social), não estudando cada caso particular, comparando-os entre si. Se o fizessem, com seriedade e amor pela pátria a que pertencem, desaguariam numa descoberta e demonstração: a singularidade de Portugal, provada em todos os fatores - Portugal é antiregional.

Porque enquanto os outros países foram compelidos a criar dimensões de poder intermédios, para consensualizar a sua vida social num Estado, por razões históricas, culturais, éticas e culturais, e mesmo assim por formas bem diferentes entre si (confederações, federações, cantões, antonomias, nacionalidades, etc.), quiça talvez pelo fator dimensão do Estado (não menosprezando o facto histórico de esses países terem resultado de acordos entre reis, entre reis e príncipes, entre príncipes e duques e condes, etc.), em Portugal, desde a sua fundação, nada disso se passou, para além de não termos problemas de anexação violenta, étnicos, linguísticos, etc., e sermos ainda um país de média dimensão na Europa e uma região (independente há 850 anos) no espaço chamado ibérico - e essa coisa de iberos ninguém provou ainda que o somos).

Regionalizar Portugal seria retalhá-lo em meia dízia de terreiros do paço, colocá-lo na esfera da Espanha das nasções, sob o "Império Doméstico" de Castela, desígnio que nunca abandonaram.

É preciso que saibamos do que estamos a tratar e do explosovo que estamos a manusear.

joaquim paulo silva disse...

Caro Amigo:

Pelo imenso respeito que tenho pelos "verdadeiros Templários", quão injustiçados foram, devo responder-lhe, com a ponderação a este assunto da regionalização. A questão não é de mera teoria, ou retórica, é uma questão que se arrasta em Portugal e tem desertificado o país, menorizado a globalidade dos distritos em favor da concentração em Lisboa. Não é necessário muito basta olha o PIB e o nível de investimentos na capital, para falarmos de um Regime dois países.
Não sei em absoluto se a regionalização será a única solução, mas que "dava jeito" ai isso dava! Depois temos de ver como seria essa mesma regionalização, etc, que modelo, também...
Quanto a Espanha ela não é uma Nação mas um conjunto de nações (algumas aspirando à independência), que tem um estatuto autnómico bastante elevado, coisa diferente do que estamos a falar com a regionalização continental.
Portanto parece-me como em tudo deve-se ponderar e analisar.
Uma coisa é real este modelo centralizado, serve para arruinar o país e enriquecer Lisboa, algo está errado...

Anonymous disse...

Essa da regionalização ser factor de desenvolvimento deixa-me sempre perplexo.
Vai haver um desenvolvimento económico em Traz os Montes ou na Beira Interior por passarem a ser regiões?
Só isso vai fazer reunir ali as condições de produção: capitais, mão de obra especializada, mercados, ...?
Ou vamos criar regiões pobres, sub-desenvolvidas, abandonadas das capitais ricas que se multiplicarão no litoral e também Lisboa?
Que viabilidade têm regiões criadas em zonas que já neste momento não têm infraestruturas que garantam a sua viabilidade.
Ou vão ser uma criação artificial sustentadas por subsídios dos estados centrais - Lisboa e Europa?
Ou, ainda, o que se pretende é a multiplicação de estruturas burocráticas regionais que não terão outra função ou actividade que não dar emprego aos políticos e burocratas regionais?