A Câmara de Matosinhos concorda com o fim da linha ZA (Lavra-Freixieiro), da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), a partir do próximo dia 13. "A STCP manteve a linha durante quatro anos para tentar fidelizar clientes, mas ela não tem sustentabilidade. São só 50 pessoas que a utilizam e não faz sentido mantê-la", afirmou ontem ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto. "A linha não tem sustentabilidade, não só economicamente, mas também do ponto de vista do serviço público", reforçou o autarca.
Questionado sobre quais as alternativas de que dispõem os actuais utentes, Guilherme Pinto respondeu que estes terão de recorrer "a transportadoras privadas". O presidente da câmara destacou ainda o "comportamento inatacável" da STCP no processo que determinou o fim da linha ZA. "Fizemos uma reunião conjunta entre câmara, STCP e Junta de Freguesia de Lavra e estivemos todos de acordo", garantiu.
Opinião diferente tem o presidente da concelhia do PSD de Matosinhos, Pedro da Vinha Costa. "Compreendemos que, sendo uma linha deficitária, é necessário resolver o problema", começa por reconhecer. No entanto, salienta: "O problema não pode ser resolvido deixando sem serviço os cidadãos que a ele recorriam. E estamos contra o corte nas situações em que não são criadas alternativas." Para Vinha Costa, estes matosinhenses merecem "ser tratados como os demais" e, conforme destaca, a ZA "não é a única linha deficitária".
Em declarações recentes à Lusa, Jorge Costa, do Sindicato Nacional dos Motoristas, afirmou que o fim da linha ZA se relaciona com as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, que levam a STCP a realizar cortes para reduzir custos. Jorge Costa lembrou que, desde Janeiro, foram já "afectados cerca de 50 serviços na rede devido a adaptações feitas pela STCP". A empresa, disse, mudou ho- rários e efectuou cortes que afectam os clientes, que têm "redução de oferta", sustentou, adiantando que, ainda este mês, "estão previstos mais cortes e a reestruturação das linhas em horário nocturno e madrugada". Também o Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto denunciou a "diminuição de oferta de transportes públicos".
Sem comentários:
Enviar um comentário