sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Apoiantes de Carneiro preparam moção sobre regionalização para levar ao congresso do PS

Os apoiantes de José Luís Carneiro querem o PS a discutir a reforma administrativa do Estado e ponderam a possibilidade de levar ao congresso do partido, que deverá realizar-se depois das eleições presidenciais, uma moção sobre a regionalização. "Não vamos desistir da regionalização, nem dos nossos pontos de vista. Esta questão deve ser discutida nos fóruns próprios e o próximo congresso parece-me o sítio adequado para o fazer", declarou ao PÚBLICO Rui Saraiva, porta-voz da candidatura de José Luís Carneiro, criticando aqueles que entendem que "assuntos desta importância devem ser discutidos à mesa de um pequeno almoço no Café Velásquez".


Regionalistas convictos, os apoiantes do candidato à liderança do PS-Porto que lidera a Câmara de Baião não aceitam que a regionalização tenha ficado fora do debate da primeira reunião da comissão política distrital (CPD) realizada esta semana. Apesar dos argumentos esgrimidos na altura, Guilherme Pinto, presidente da Mesa da CPD, decidiu, após ter consultado a assembleia, que a moção sobre descentralização e regionalização apresentada pelo líder da distrital do PS-Porto, Renato Sampaio, não seria discutida, mas apenas votada. Pouco depois, José Luís Carneiro e os seus apoiantes abandonavam a reunião, em sinal de protesto, não só pelas moções sectoriais não terem sido debatidas, mas também por não ter sido possível consensualizar posições em relação à apresentação de uma lista única para a Mesa da CPD. O presidente da federação voltou a apostar em Guilherme Pinto e José Luís Carneiro propôs o presidente da Câmara de Vila do Conde.

Ao PÚBLICO, Guilherme Pinto lamentou que "pela primeira vez não tenha havido consenso" e disse que o facto de o autarca de Baião ter proposto o nome de Mário de Almeida em pleno congresso "matou a proposta". Já Mário de Almeida declarou que a sua disponibilidade tinha um único objectivo: "Evitar o que aconteceu". "Nunca seria um candidato para dividir, mas sim para unir o partido", frisou em declarações ao PÚBLICO.

A fractura entre as duas sensibilidades agudizou-se e a tensão está longe de ser superada. Para ontem à noite, José Luís Carneiro convocou o seu núcleo político distrital para fazer uma análise do que se passou na reunião e delinear a estratégia a seguir. "Vamos definir um quadro de discussão política que não seja diminuído pela maioria da distrital", adiantou.


PÚBLICO

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