domingo, 19 de dezembro de 2010

A linha de Leixões e o Descortês

Em 2009 foi relançada a linha de comboios de Leixões e esperava-se que viesse a servir 2,9 milhões de utilizadores por ano ( JN de 23/05/09).
A CP investiu 6,8 milhões de euros em material circulante e em equipamentos e esperava gastar 340 mil euros por ano com pessoal. A empresa previa cobrir o investimento em três anos.
O estudo preliminar apontava para um investimento de 10 milhões de euros nos terrenos do antigo parque de espera do Porto de Leixões, na Avenida do Engenheiro Duarte Pacheco. O futuro edifício teria uma ligação aérea à estação do metro no Senhor de Matosinhos, um interface para táxis e operadores de transporte público rodoviário e um parque de estacionamento. O complexo ferroviário do Porto de Leixões sofrerá alterações com a obra, que permite ampliar o terminal de contentores. A viagem entre Ermesinde e Leixões seria de 30 minutos.
Na altura da assinatura do protocolo  Guilherme Pinto elogiou a actuação de Ana Paula Vitorino ( na altura secretária de estado dos transportes), que devolveu o cumprimento ao autarca( e na altura candidato a novo mandato) "Nunca como nos últimos anos a Administração Central pôde contar com um presidente da Câmara de Matosinhos simultaneamente tão exigente e tão capaz de coordenar projectos na defesa do seu concelho".
Isto foi em Maio de 2009...
Em Dezembro de 2010 a linha tão pomposamente apresentada acaba.
E acaba porque mostrou não ser viável.
Cada viagem tem 3 passageiros pagantes!! 3!!! 
6,8 milhões de euros em material circulante, 340 mil euros em ordenados para que 3 pessoas possam utilizar a linha por cada viagem!
Guilherme Pinto, que não é atendido pelo Presidente da REFER, afirma "Nem sequer tem tempo para atender o telefone. No mínimo, é alguém que não sabe as regras de cortesia". É caso para dizer: Ladrão que rouba a ladrão tem100 anos de perdão...
Quantos vezes os Matosinhenses também não foram atendidos pelo seu presidente de Câmara?...
 Fico feliz por saber que o edil sabe as regras de cortesia. Espero que as comece a praticar com os seus munícipes.
Afirma ainda Guilherme Pinto "O presidente da Refer acertou um protocolo que nem sequer cumpriu" e "Estou profundamente indignado. A Câmara vai usar todos os meios para inverter esta situação". 
Tanta preocupação com uma linha que serve 3 passageiros por viagem... Tanta indignação por tamanho ultraje por parte da REFER... E quando o Senhor presidente faz o mesmo aos Matosinhenses e não cumpre com o que promete? Como acha que eles se devem sentir? Pelo que vejo devem-se sentir indignados.
Acharão os Matosinhenses necessário que a CMM utilize os meios necessários para que a linha se mantenha activa e a gastar dinheiros públicos?
Considero que se forem sérios todos os intervenientes entenderão que esta linha de comboio não tem reunidas condições para continuar a ser explorada e que foi um erro a se ter tentado relançar.
Como afirma vice-presidente da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, "um projecto onde o dinheiro foi mal gasto".
Descortesias à parte fica claro que em tempos de crises, e nas outras também, não se devem esbanjar dinheiros públicos. 

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