sábado, 4 de dezembro de 2010

Todos somos iguais, mas uns mais iguais que os outros?

Considero inaceitável que quando se pedem grandes apertos aos portugueses, não sejam todos, em particular aqueles que mais têm, a dar o exemplo e a fazer mais sacrifícios. Após a apresentação do orçamento para 2011, com as medidas draconianas que vão directamente aos bolsos da classe média e média baixa, não bastava a escandalosa antecipação de pagamento de dividendos, para fugir à cobrança do imposto previsto, com o beneplácito da direita ultra-liberal e ajuda oportuna da bancada socialista, é com espanto, consternação e muita indignação, que todos os dias vejo, na comunicação social,  a divulgação de mais uma excepção às medidas aprovadas no orçamento. 
Caros amigos, a generalização das excepções fará com que os portugueses que estão fartos de fazer sacrifícios sem ver resultados, voltem as costas à democracia e sejam tentados por outros rumos mais "totalitários". Nestes momentos não é difícil que um demagogo, travestido de "Messias" salvador da Pátria, tome os comandos da situação e instaure uma democracia "musculada". Cada vez mais, vão fazendo sentido as palavras de Manuela Ferreira Leite quando falava em suspender a democracia por 6 meses, para tomar em ditadura todas as medidas que a direita liberal, pretende instituir, não era só um desabafo de um estado de alma. É todo o projecto político da direita que só vê na ditadura o meio eficaz para a realização dos seus preceitos ideológicos.
As medidas em vigor, não são corajosas, são a capitulação do PS à direita e ao liberalismo económico. 
Voltarei ao assunto.

Carlos Alberto

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