Considero inaceitável que quando se pedem grandes apertos aos portugueses, não sejam todos, em particular aqueles que mais têm, a dar o exemplo e a fazer mais sacrifícios. Após a apresentação do orçamento para 2011, com as medidas draconianas que vão directamente aos bolsos da classe média e média baixa, não bastava a escandalosa antecipação de pagamento de dividendos, para fugir à cobrança do imposto previsto, com o beneplácito da direita ultra-liberal e ajuda oportuna da bancada socialista, é com espanto, consternação e muita indignação, que todos os dias vejo, na comunicação social, a divulgação de mais uma excepção às medidas aprovadas no orçamento.
Caros amigos, a generalização das excepções fará com que os portugueses que estão fartos de fazer sacrifícios sem ver resultados, voltem as costas à democracia e sejam tentados por outros rumos mais "totalitários". Nestes momentos não é difícil que um demagogo, travestido de "Messias" salvador da Pátria, tome os comandos da situação e instaure uma democracia "musculada". Cada vez mais, vão fazendo sentido as palavras de Manuela Ferreira Leite quando falava em suspender a democracia por 6 meses, para tomar em ditadura todas as medidas que a direita liberal, pretende instituir, não era só um desabafo de um estado de alma. É todo o projecto político da direita que só vê na ditadura o meio eficaz para a realização dos seus preceitos ideológicos.
As medidas em vigor, não são corajosas, são a capitulação do PS à direita e ao liberalismo económico.
Voltarei ao assunto.
Carlos Alberto
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